Nossa primeira experiência numa praia nas terras nipônicas foi uma verdadeira aventura. Como eu era criança não me lembro tão bem. Mas tem coisas que a gente não esquece. Então alguns detalhes das lembranças que posto aqui tem dedinho da lindinha da dona Ana(minha mãe)e do meu pai. Bom meu pai como um bom carioca, queria conhecer a praia. Sabíamos que morávamos perto. Mas não sabíamos qual era a distância até ela. Segundo relato dele, ele disse pros meus tios; “ se a gente for reto aqui a gente deve chegar numa praia” hahahah ..só pra constar, meu pai não é sagitariano. Acredito que a vontade de ver uma praia se deu pela saudade de casa, e o profundo sentimento de um bom canceriano. Lembrando também que não tínhamos carro. O trajeto até lá, foi uma loucura !
Os adultos prepararam as mochilas, pegaram as bicicletas, colocaram as crianças nas cestinhas e garupas e seguimos felizes estrada a fora. Ah...claro que nao podemos esquecer, como bons farofeiros, teve comida tambem... Mas ninguém tinha noção do quão longe era a praia de bicicleta. E na cabeça do meu pai era só seguir reto que chegava la. E assim fomos rumo a nossa primeira aventura no Japão. Eu acredito que quem via a gente de bicicleta e conhecia a região, devia estar achando que era todo mundo louco. Segundo meu pai, chegou um momento que só subia, e subia, e subia…. Estavam todos esgotados nesse ponto. Mas família de ciganos né minha gente..cansados mas felizes.
Quando a subida acabou, eis que aparece aquela vista. O dia estava lindo. Ensolarado, céu azul e aquela vista do mar azul lá embaixo. O cheiro de maresia era bom demais. Foi tão emocionante, que eu não esqueço nunca aquele momento. Descemos aquele morro todo mundo aos gritos de alegria.
Alguns anos atrás, repetimos esse passeio . E descemos todos gritando o morro porém dessa vez estávamos de carro. Foi bem divertido repassar essa época das nossas vidas lá. Andávamos um pouco de carro e meus tios, tias, mãe e pai lembravam de alguma coisa e falavam; “ olha … você lembra ?! “
Foi incrível rever nossa antiga casa, o lugar no meio do nada. Aquele dia na praia de 1991 o dia foi prazeroso porém logo percebemos que as praias de Shizuoka não era pra qualquer um. Ali é praia pra surfista, fundo e com altas ondas. Agora pensa na hora de ir embora.
Estava todo mundo tão exausto que a alegria foi se embora. Segundo meu pai ir pra casa foi terrível porque nunca chegava.
Essa foto é de alguns anos atrás quando nos aventuramos voltar em Shizuoka e fazer todo o trajeto que costumávamos fazer sem carro. Na frente eu e minha prima Karina, e atrás os tios e tias. Claro qua falta muita gente aí.
No meio do caminho eis que aparece uma professora da minha escola, e se oferece para levar as crianças e as mulheres para casa. Mas segundo minha mãe ninguém foi com ela com receio por não conhecer. E assim fomos embora de bicicleta mesmo.
Eles não se arriscaram fazer novamente esse tipo de aventura. Mas aquele dia ficou na memória de todos. Se fecho os olhos, lembro de todos descerem aquele morro aos gritos. Minha família é incrível. Amo demais o jeito cigano e aventureiro deles.
É uma pena que hoje depois dessa pandemia, raramente nos encontramos. Mas continuamos sempre planejando algo. Essa foi nossa primeira aventura no Japão. Comece a seguir para não perder nenhuma história !
Fique bem …
