MENU

Professora Yoko….

Reservei esse post para uma pessoa muito especial na minha vida.

Ela era aquela pessoa que quanto mais você corre mais ela te alcança. Mas de alguma forma a gente tinha um sentimento por ela…bem la no fundo do nosso coração Ela era o cão, mas era uma pessoa que realmente vi se dedicar a seus alunos.

Eu tinha essa professora que me acompanhou por alguns anos na escola. Todo ano torcia pra mudar de professora, e ela voltava pra gente. Ela era uma senhora bem cuidada, vaidosa e super preocupada com seus alunos no geral. Mas o que essa mulher tinha de vaidosa e cuidadosa, ela também era uma senhora muito das intrometida e brava. De todas as minhas professoras essa foi a que mais vi gritar. 

Ela usava tanta maquiagem, que se batesse a cara na parede rachava. A maquiagem dela ela deve ter aprendido com as gueixas. Pois era branca que nem fantasma. Os meninos viviam zoando ela por isso. E quem ja estudou na escola japonesa, sabe que nas escolas japonesas tem uns fantasminhas sinistros. Então, toda vez que ficávamos até tarde e essa mulher aparecia nos corredores de surpresa, todos se assustavam. Hahahahaha ….sério mesmo. Ela era sinistra.

https://drive.google.com/uc?export=view&id=16inxL42PG0nYq7e5Y4G5-wtGdoTmsxr9

Ela era aquela professora que não deixava ninguém de fora. Principalmente quando se tratava de expor a pessoa a ridículo. Eu juro que admiro as tentativas dessa mulher. Eu era uma criança ….. vamos dizer…peculiar. Hahahaha….

Nunca gostei de ter professores homens. Desde o dia em que pisei naquela escola, ela me acolheu. Lembro que quando o diretor falou que meu professor seria homem, eu fiz o escarcéu. Lembro de falar pra minha mãe que não iria mais pra escola. Minha mãe conversou com o diretor, e mesmo com a sala cheia, essa professora me acolheu. Eu brincava, xingava, mas no fundo sempre gostei dela por isso.

Eu sempre fui uma criança muito preguiçosa, não gostava de ler livros muito longo porque não conseguia ficar quieta e me concentrar por muito tempo.  Mas tínhamos que ler livros e escrever redações. Apesar de termos duas bibliotecas enormes, ela alugava livros e colocava no cantinho das nossas salas. Acredito que por causa dela hoje gosto tanto de livros. E ela sempre trazia livros mais curtinhos pra mim. Eu amava livros com cores e desenhos. Esses eram os meus livros. O livro mais longo que li foi sobre o primeiro garotinho a ter uma doença de HIV. https://drive.google.com/uc?export=view&id=1YiCyNIa7qXLp_7yjcADsAq7CWmrM07PR
Lembro que foi um livro muito impactante na minha vida. A História de Ryan White.  Achei um livro muito importante já que ele falava de uma doença tão séria de forma tão otimista e que esta entre todos nós . Acabou com o mito de que aquela doença só era transmitida sexualmente.  Acho legal para adolescentes ja se conscientizar sobre e ter os devidos cuidados no futuro. 


Continuando, a Yoko sensei que apelidamos carinhosamente de (Suzuyo), era bem persistente. Na escola japonesa temos como em qualquer escola educação física. Ela fazia de tudo pra me incluir nas atividades que eu mais odiava. Mas nunca fui muito boa em esporte. Certa vez, ela me colocou no time de beisebol. Foi um desastre. Pois na hora de bater o taco na bola, ele escorregou da minha mão.

Quase que naquela idade eu cometo um crime gravíssimo. Quando perceberam que o taco voou, dava gente gritando de todo canto para sairem da frente hahahahahahaha…. Confesso que ri muito com aquilo. Até hoje lembro e acho muito engraçado. Mas poderia ser diferente. Graças a esse dia, ela me deixava sentada esperando. As vezes me fazia dar voltas no campo até a hora acabar, ou me enviava pra sala de japonês onde todos os brasileiros estudavam em algum horário do dia. Eu frequentava aquela sala com mais frequência que outros brasileiros acredito que era a forma de ela se livrar por algumas horas de mim. Talvez por isso que depois de quase 30 anos levando a filha de uma amiga minha a escola, a professora se lembrou de mim. Foi a coisa mais doida. Japonês deve dormir no formol ou fazem parte de algum clã de vampiros. Essa mulher não mudou nada ! E se me reconheceu depois de tanto tempo, não estou tão mal né….hahahahahahaha  


A Suzuyou adorava música , e nas nossas apresentações de teatro da escola, sempre envolvia alguma coisa musical. O negócio dela era fazer todo mundo dar o melhor de si, so dava a nossa turma berrando. 

Fora os apetrechos que ela inventava de colar na gente. Certa vez viramos até flores cantante. Nas escolas japonesas após a aula, temos o clube que nada mais é que uma atividade extracurricular fora das aulas. Eu não via a hora de voltar pra casa, então consegui fugir por um bom tempo. Mas na quinta e sexta serie, você não foge.  

 Ja participei de fanfarra, aula de canto e no ultimo ano, vendo a minha falta de interesse, ela me inventa a bibliotecária. Pois eu não saia da biblioteca. Confesso que foi o que mais gostei. Pois foi ali que descobri uma fórmula de cabular aula. Encontrei ali um buraco atrás da prateleira onde contei pra alguns colegas brasileiros. Quando falávamos que estávamos em uma sala de aula, ficávamos ali escondidos até a aula acabar. E voltávamos pra sala no outro horário como se nada tivesse acontecido. Graças a falta de comunicação e confiança dos nossos professores aos alunos, nunca fomos descobertos. Não que eu me lembre. 



Essa professora não deveria ter muito hobby na vida. Pois vira e mexe ela visitava minha casa pra bater um papo com minha mãe . Ver como eu estava, e sugerir atividades. Isso levou minha mãe a realizar um sonho dela me colocando na aula de piano se iludindo que eu seria pianista um dia. Hahahahahahah Era uma tortura aquela aula. A cada meia hora era uma aluna. Sortuda era primeira a entrar nesse curso. Minhas amigas de sala estudavam ali. Então íamos todas juntas. Eu fui a última a entrar. Então esperava duas horas ou mais até chegar o meu horário. Não era permitido fazer mais nada se não ficar sentada como “princesa“. Até chiclete era proibido. Quer fazer seus filhos odiarem uma atividade, faça isso. Um trauma que ainda não superei. O lado doido de morar em um bairro pequeno, é que a dois anos encontrei essa professora de piano no mercadinho aqui perto de casa. A casa dela por incrível que pareça fica de frente do meu apartamento hoje. Ela ficou toda feliz e logo me apresentou para seu filho como ex aluna dela. Mal ela sabe que a aula dela era uma tortura pra mim. Hahahahaha…. Mas fiquei feliz em ver ela. Era bonito ver ela tocar piano. 


Vou contar mais uma dessa professora tão maravilhosa que era a Suzuyo porque era muito curioso algumas atitudes dela. Quando chegamos na idade de nos tornar “ mocinhas“, ela tacava o terror em todas as meninas. Graças a Deus fui a última da turma. Não teve nenhum anúncio na sala pra mim. Mas essa mulher maravilhosa, quando uma menina ficava mocinha, ela anunciava pra toda a sala saber. E os meninos não tinham nenhuma maturidade pra lidar com isso. Muitas meninas guardavam em segredo pra professora não expor elas ao ridículo. Você pensa que isso era errado né…… pois bem…na cultura japonesa segundo essa senhora, quando uma menina fica mocinha é motivo de comemoração. Não sei de onde ela tirou isso. Mais uma prova de que ela possa ser de um clã muito antigo se vampiros japoneses. Pois esse assunto sempre foi um verdadeiro tabu. Certa vez os meninos pegaram um absorvente que caiu da bolsa de uma das meninas. Os amebas, abriram e colaram em um cabo de vassoura gritando pela sala. Quando a professora chegou na sala e viu aquilo, acho que ela caiu em si. Teve educação sobre o assunto e daquele dia adiante não teve mais comemorações. 

https://drive.google.com/uc?export=view&id=1dG0EOgZs7h7DxCseTN1KRYWueBAO5qQ3

 Após terminarmos o ultimo ano naquela escola, confesso que senti muito ter que deixar aquela professora. Pois ela era muito acolhedora e sabia como lidar com um aluno. Mesmo os mais difíceis como eu. Quando me despedi dela, jurei não ver mais ela. Eu e meus amigos até comemoramos criando uma música pra ela. (Ela nunca soube)hahahah… A música dizia “adeus Suzuyou”  Mas para minha surpresa, claro…ela veio me visitar duas vezes na escola antes de eu desistir e sair depois de seis meses me mudando para uma escola brasileira. A visita dela significou muito pra mim. Pois não estava me adaptando naquela escola dos infernos. Contarei em um post adiante. Pois ainda tenho mais a acrescentar dessa professora. Sou muito grata por ter tido a sorte de ser aluna da Suzuki Yoko sensei. Ela foi a professora que mais me entendeu e me acolheu. Eu era realmente uma aluna inquieta. Algum tempo atrás, tentei localizar a casa dela, mas a mesma foi demolida. Lamentei não poder ter agradecido por todo o carinho e cuidado. Por isso, farei mais um post a seu respeito. E já adianto que será uma grande surpresa e uma suspeita. Quem era Suzuyou ? Obrigada por acompanhar até aqui.  
OBS: se por algum milagre algum aluno conhecer ela, entre em contato. Queria muito poder reve-la. E agradecer por todo o carinho. Obrigada por acompanhar. Fique bem...

My Instagram

Copyright © 2025 Viajona. Made with by OddThemes
More than one instance of Sumo is attempting to start on this page. Please check that you are only loading Sumo once per page.