Logo nos mudamos pra uma outra cidade. Logo do lado. Japão é um ovo né minha gente…. Tudo fica praticamente do lado hahahah…. Essa cidade fica a 40minutos de Toyota mais ou menos. Ali começamos um novo recomeço. E claro que foi a turma toda. Por muitos anos fomos nos mudando juntos pra lá e pra cá. Eu amava essa união dos Hiratas. Os hiratas sempre se reuniram pra comemorar. Era churrasco, acampamentos, rios, praias.
Coisa que continuava até a pandemia cortar nosso barato.
Em Okazaki comecei a estudar em uma nova escola, gostava dali. Das professoras. Mas sempre tem um mas né …. Rs… a casa que fomos morar não era nova. Mas era menos pior. Mas ali tinha muitos bichos que mais tarde descobrimos que são uma verdadeira praga aqui. Não quero explicar muito porque são medonhos. Mas você já deve saber esse bicho que tem ferrão e um monte de perna. Ali minha tia teve a infelicidade de ser picada por aquilo pois ela morava no primeiro andar. E nos estávamos no segundo. Não que no segundo não apareça. Mas desse lugar não tenho lembrança.
A escola ali era bem grande. As professoras foram as mais calmas que tive na vida. Pareciam literalmente fumadas. Hahahahaha…
Nessa escola tivemos o desprazer de conhecer uma um menino da sala do meu irmão. Hoje eu sei que as crianças são o reflexo do seu lar, mas naquela época eu só achava que esse menino era o demônio em pessoa. Achava mesmo que ele era a representação do mal. Tão novo, aquele menino sabia como fazer uma pessoa ter medo dele. Eu e meu irmão crescemos no Brasil sem ter tido muito contato com animais no geral. Apesar de eu amar animais, morria de medo de cachorro porque quando criança fui perceghida por cães ferozes duas vezes. Um chegou a nadar atrás de mim quando pulei na piscina. Aquilo foi um verdadeiro trauma. Aprendi a nadar na força do ódio e do medo. Hahahahaha Mas no geral isso não foi muito construtivo pra mim. Passei a ter pavor de cachorro. Quem me conhece, desconhece essa história, pois hoje tenho uma cachorro gigante.
Bom, sabendo dos nosso medos e traumas, você já pode imaginar do que se trata esse post. Esse menino não gostava de estrangeiro, acredito eu. Ou melhor, seus pais não gostavam. E ele ouvia isso e aceitava como verdade dele também. EleMorava bem do lado da escola. Enquanto eu e meu irmão tínhamos que andar pois lotávamosNuma subida. Eis que um dia ele tem a incrível ideia de soltar esse cachorro em cima da gente.
( só pra constar, aqui no Japão é proibido soltar cachorro na rua, então se você vê um, ele provavelmente fugiu. Muito raro. Se a polícia te vê andando com o cachorro fora da coleira, na rua é 2milhoes de multa.)
Esse menino tinha tanta sorte que acertara em cheio o pavor meu e do meu irmão. E a partir desse dia, era rotina sair da escola, meu irmão chorando e eu puxando ele pra gente correr. Contei pra minha mãe, e ela visitara a escola para fazer a reclamação. Varias vezes. Mas os pais nada fizeram. Hoje sei que deveria ter envolvido a polícia, teria surtido mais efeito. Mas ninguém sabia. E correr após a escola acabara virando uma rotina.
Certo dia, vi esse menino no recreio e claro sem cachorro. Minha gente…eu senti meus olhos arder no ódio …. peguei essa criatura pelo colarinho com gosto. Eu era mais velha e mais alta então não bati, mas dei uma boa chacoalhada nele e soltei ameaças. Saí dali com a alma mais leve. Mas pra minha surpresa, esse menino aparentemente não tinha medo de morrer. E mais uma vez voltamos a nossa rotina de correr após a aula. Pensando hoje, isso deveria ter tornado eu e meu irmão em campeões em corrida. Mas isso nao aconteceu.
Certo dia estávamos no parque que infelizmente ficava de frente a casa dele. Meu pai resevava finais de semana pra brincar com a gente. Quando vi de longe esse cachorro vindo em nossa direção, já corri pra cima do escorregador. Meu irmão danou a chorar e meu pai pôde ver um pouco do que se passava na nossa rotina fitness. O que esse menino nao sabia era que meu pai tinha quase 2 metros de altura e uma cara de “vou te matar”. Hahahahahah… gente pensa num garoto que foi mudando de cor quando descobriu que aquele cara brincado com a gente era nosso pai.
Nunca vou esquecer aquele dia. Lembro hoje como uma vitória. Aquele pobre do cachorro só queria brincar. Como qualquer cachorro. Você corre e ele acha que você está brincando com ele e corre atrás. Meu pai que estava com a raquete de Tennis não mão, começou a bater a raquete uma na outra fazendo barulho. E esse cachorro desapareceu com meu país atrás dele. Gente foi hilário ver a cara daquele menino de queixo caído, pálido com a cara de quem ia começar a chorar a qualquer momento. Meu pai gritava alguma coisa mas eu realmente não sei o que ele tentava falar. Pois naquela época não sabia falar nada de japonês. Hahahahah
Só pra constar, ele não machucara o cachorro, mas serviu pra esse menino nunca mais usar o pobre do cachorro como arma atrás da gente.Aquele ditado ne; “ quem nao parede por amor, aprende pela dor.” Aquele dia eu descobri a arma que eu tinha a nosso favor. Nosso pai. Hahahaha Obrigada por ler até aqui…. Se inscreva e seja o primeiro a receber os novos posts. Obrigada até mais !
( só pra constar, aqui no Japão é proibido soltar cachorro na rua, então se você vê um, ele provavelmente fugiu. Muito raro. Se a polícia te vê andando com o cachorro fora da coleira, na rua é 2milhoes de multa.)
Esse menino tinha tanta sorte que acertara em cheio o pavor meu e do meu irmão. E a partir desse dia, era rotina sair da escola, meu irmão chorando e eu puxando ele pra gente correr. Contei pra minha mãe, e ela visitara a escola para fazer a reclamação. Varias vezes. Mas os pais nada fizeram. Hoje sei que deveria ter envolvido a polícia, teria surtido mais efeito. Mas ninguém sabia. E correr após a escola acabara virando uma rotina.
Certo dia, vi esse menino no recreio e claro sem cachorro. Minha gente…eu senti meus olhos arder no ódio …. peguei essa criatura pelo colarinho com gosto. Eu era mais velha e mais alta então não bati, mas dei uma boa chacoalhada nele e soltei ameaças. Saí dali com a alma mais leve. Mas pra minha surpresa, esse menino aparentemente não tinha medo de morrer. E mais uma vez voltamos a nossa rotina de correr após a aula. Pensando hoje, isso deveria ter tornado eu e meu irmão em campeões em corrida. Mas isso nao aconteceu.
Certo dia estávamos no parque que infelizmente ficava de frente a casa dele. Meu pai resevava finais de semana pra brincar com a gente. Quando vi de longe esse cachorro vindo em nossa direção, já corri pra cima do escorregador. Meu irmão danou a chorar e meu pai pôde ver um pouco do que se passava na nossa rotina fitness. O que esse menino nao sabia era que meu pai tinha quase 2 metros de altura e uma cara de “vou te matar”. Hahahahahah… gente pensa num garoto que foi mudando de cor quando descobriu que aquele cara brincado com a gente era nosso pai.
Nunca vou esquecer aquele dia. Lembro hoje como uma vitória. Aquele pobre do cachorro só queria brincar. Como qualquer cachorro. Você corre e ele acha que você está brincando com ele e corre atrás. Meu pai que estava com a raquete de Tennis não mão, começou a bater a raquete uma na outra fazendo barulho. E esse cachorro desapareceu com meu país atrás dele. Gente foi hilário ver a cara daquele menino de queixo caído, pálido com a cara de quem ia começar a chorar a qualquer momento. Meu pai gritava alguma coisa mas eu realmente não sei o que ele tentava falar. Pois naquela época não sabia falar nada de japonês. Hahahahah
Só pra constar, ele não machucara o cachorro, mas serviu pra esse menino nunca mais usar o pobre do cachorro como arma atrás da gente.Aquele ditado ne; “ quem nao parede por amor, aprende pela dor.” Aquele dia eu descobri a arma que eu tinha a nosso favor. Nosso pai. Hahahaha Obrigada por ler até aqui…. Se inscreva e seja o primeiro a receber os novos posts. Obrigada até mais !
